Capítulo 7: Processo Bom Nasce da Dor Real

"Quem força processo ignora a necessidade. Quem ignora a necessidade trava a entrega."

Tem muita empresa que ainda acha que processo se resolve numa sala com ar-condicionado. Quadro branco, post-its coloridos, gente de gravata e nenhum contato com quem realmente executa. Spoiler: não funciona.

Quer resolver um problema de verdade? Senta com quem sente a dor. Com quem faz. Com quem carrega. Com quem vê o gargalo antes do relatório.

O caso da certificação que saiu do papel

Já vi isso na prática. Uma empresa precisava da certificação FSC — um selo importante de sustentabilidade. Contrataram consultoria, tinha slide, documentação, cronograma. Mas ninguém sabia se estavam prontos. O processo estava confuso e a dúvida era uma só: "Será que passamos?".

Então fizemos o básico que quase ninguém faz: sentei com dois colaboradores que sabiam o que realmente acontecia na prática, não no papel. Em uma semana, mapeamos tudo. Sem slide bonito. Só o que acontecia de verdade. Esse fluxo virou sistema, o sistema virou referência, e até consultorias começaram a usar nosso modelo como exemplo.

Tudo porque ouvimos quem vive o problema, e não quem só fala sobre ele.

Empatia Primeiro, Processo Depois

Quer mapear processo com propósito? Trate como se fosse um ciclo de Design Thinking. Antes de desenhar fluxos, entenda quem executa. Antes de propor soluções, mergulhe na dor. O problema certo raramente está no relatório; está no desabafo de quem lida com ele todo dia.

Já vi processo travar entrega simples por excesso de rituais. E já vi demanda urgente virar gambiarra por falta de um fluxo mínimo. O resultado é sempre o mesmo: retrabalho, frustração e gente boa indo embora.

Processo bom nasce de conversa, de escuta ativa, de respeito por quem entrega. Ele não serve para enfeitar apresentação, serve para viabilizar trabalho. Então, olhe para o seu processo atual e pergunte-se: ele está sendo apoio... ou prisão? Ele existe para garantir a entrega... ou só para justificar a demora?