Capítulo 2: O ROI é Rei
Por Cesar Zanis
"Se não gera retorno, é só vaidade disfarçada de esforço."
Vamos ser diretos: você pode amar o que faz, ter um time incrível, usar post-its de cinco cores e fazer reunião com pizza. Mas se isso não estiver trazendo retorno — financeiro, estratégico ou, no mínimo, de aprendizado — você está só brincando de gestão. E gestão, meu amigo, custa.
O famoso "faz com amor" é bonito... até o boleto vencer. E ele vence. Todo mês. Para a empresa, para o time, para você. Por isso, uma pergunta simples deveria estar colada no monitor de todo gestor: "O que isso aqui vai trazer de volta?"
Esse retorno (ROI - Return on Investment) pode vir em várias formas:
- Financeiro: lucro direto ou corte de custos.
- Operacional: menos retrabalho, mais eficiência.
- Estratégico: fortalecimento da posição no mercado.
- Moral: melhora no clima, engajamento, retenção.
Se não traz nenhum desses, é só vaidade com cara de esforço.
ROI na prática: o caso dos 100 mil litros de diesel
Trabalhei em uma empresa que consumia cerca de 100 mil litros de diesel por mês. Os abastecimentos eram anotados no papel e depois digitados em planilhas. Nenhuma análise. Nenhuma decisão baseada em dados reais. Estávamos sentados sobre uma montanha de informação e não fazíamos nada com ela.
Criamos uma aplicação simples: cadastramos maquinas, geramos QR Codes e começamos a coletar os dados direto na fonte: Tipo de combustível, Litros abastecidos, Hodômetro, Horímetro. Três meses depois, com uma camada leve de BI, o cenário mudou:
- Identificamos máquinas vilãs.
- Descobrimos horários críticos.
- Corrigimos desvios invisíveis.
- Eliminamos gargalos históricos.
O resultado? Economia de 20 mil litros de diesel. Aumento real de produtividade. Decisão guiada por dados, não por palpite. Isso é ROI. É transformar dado em ação. Processo em economia. Gestão em resultado.
Como Medir o ROI de Qualquer Projeto (Sem Complicação)
Use este roteiro básico sempre que surgir uma nova iniciativa:
- Qual problema queremos resolver?
- Qual o custo atual dessa dor? (tempo, dinheiro, retrabalho, stress)
- Quanto vamos investir para resolver? (equipe, ferramentas, horas)
- Qual ganho esperado? (em reais, tempo, produtividade, satisfação)
- Em quanto tempo isso se paga? (prazo de retorno)
- Tem impacto indireto? (clima, engajamento, imagem da marca)
Se você consegue responder essas seis perguntas de forma honesta, o projeto tem chance real de valer a pena. Se não consegue... é melhor voltar para a prancheta antes de gastar energia.