Capítulo 15: O Comitê Que Não Aprova Nem a Própria Agenda

Por Cesar Zanis

"O Comitê não substitui a coragem. E nem sempre precisa de ata para fazer o óbvio."

Na teoria, o comitê existe para garantir alinhamento. Segurança. Responsabilidade compartilhada. Na prática? Muitas vezes é só o nome bonito do medo de decidir.

Tem comitê para aprovar projeto. Para mudar botão. Para revisar a decisão do comitê anterior. E no fim das contas? Ninguém sabe quem decide. A entrega trava. Todo mundo espera por alguém que nunca aparece.

Já vi comitês onde a frase mais falada era: "Vamos amadurecer isso." E o projeto ficou tanto tempo amadurecendo... que apodreceu.

O comitê, quando bem usado, é útil. Ajuda a evitar erros. Traz visões diferentes. Mas quando vira exigência para tudo, deixa de proteger e começa a paralisar. E o pior? Passa a falsa sensação de cautela. Quando, na verdade, é só covardia corporativa com crachá de alinhamento.

Se você lidera, se faça algumas perguntas simples:

Na maioria das vezes, a resposta é simples: A entrega sai. E ninguém morre.

Tem uma ferramenta que poderia economizar metade das reuniões: Análise de stakeholders. Se antes de cada comitê alguém perguntasse "quem realmente será impactado por essa decisão?", muita pauta já nascia resolvida. Muita cadeira vazia. Muita agenda livre. Muita entrega no ar.

Use o comitê como trampolim para acelerar com responsabilidade. Não como jaula para fingir controle enquanto tudo atrasa.

Decisão boa é aquela que ainda chega a tempo de fazer diferença.